Qualquer empresa pode aderir ao Act4Nature Portugal, sem custos. A participação assenta na subscrição de 10 compromissos comuns e de um segundo conjunto de compromissos individuais, hoje revelados.
Depois de terem assinado em setembro a iniciativa Act4Nature Portugal, promovida pelo BCSD Portugal, com 10 compromissos comuns que desafiam as empresas a proteger, promover e restaurar a biodiversidade, 15 empresas nacionais de diferentes dimensões e setores revelaram esta sexta-feira os seus respetivos compromissos individuais em prol de sociedades saudáveis, economias resilientes e negócios prósperos, respeitando a natureza.
“Ao aderir ao Act4Nature Portugal, as empresas afirmam um compromisso importante, num momento de viragem para a biodiversidade a nível internacional, e têm a oportunidade de passar a integrar melhor o capital natural nos seus modelos de negócios e cadeias de valor, algo decisivo para alcançarmos sociedades e economias verdadeiramente sustentáveis, até 2030”, afirma João Meneses, Secretário-Geral do BCSD Portugal.
São estas empresas já comprometidas com a natureza a ANA Aeroportos de Portugal, Corticeira Amorim, Grupo Crédito Agrícola, CTT, ECOINSIDE, EDIA, EDP, Herdade dos Grous, Jerónimo Martins, LIPOR, NBI – Natural Business Intelligence, REN, The Navigator Company, Trivalor e VdA. A iniciativa Act4Nature Portugalconta com um Conselho Consultivo composto por representantes de entidades de vários quadrantes da sociedade como ONGA, universidades e entidades governamentais como o Ministério do Ambiente e da Ação Climática.
“As relações entre as empresas e a natureza são complexas, difusas e muitas vezes indiretas. São ainda poucas as empresas para as quais a biodiversidade é uma das primeiras prioridades nas suas análises de “materialidade”, e muitas têm dificuldade em integrar este tema na relação com os seus stakeholders e nas suas estratégias e operações quotidianas”, refere o BCSD Portugal em comunicado.
Do lado das empresas, algumas delas partilharam as suas experiências e os seus compromissossim, como é o caso da EDP, Jerónimo Martins e The Navigator Company.
“Para as empresas a biodiversidade era um risco. A atividade do setor elétrico tem um forte impacto na natureza, por isso tivemos sempre essa preocupação. O setor está em transição com a descomissionamento do carvão. Temos de continuar a crescer nas renováveis. É preciso ajudar as empresas neste caminho para ajudar à ação. O Act4Nature tem essa grande vantagem”, disse Sara Goulartt, Environment and Climate Deputy Director na EDP.
“O nosso negócio depende do que a natureza produz. Há uma preocupação em equilibrar a enorme procura com a oferta dos recursos dos ecossistemas. O desafio está na cadeia de abastecimento de produtos alimentares, com o objetivo de atingir a desflorestação zero, agricultura sustentável e redução do plástico”, disse por seu lado Fernando Ventura, Head of Efficiency and Innovation Environmental Projects no Grupo Jerónimo Martins, sublinhando que “o consumidor não está ainda disponível para pagar mais por produtos que sejam mais sustentáveis”.
“Estamos muito próximos da natureza e da floresta. É lá que estamos todos os dias. Temos uma responsabilidade acrescida com a biodiversidade, na forma como gerimos o património florestal e os habitats naturais. Mapeámos todos os potenciais impactos na biodiversidade das nossas atividades”, referiu ainda Paula Guimarães, Responsável de Sustentabilidade na The Navigator Company.
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