Diogo da Silveira, Presidente da Comissão Executiva da The Navigator Company e vice-presidente do BCSD Portugal, foi o orador convidado do almoço-debate do BCSD dedicado à “Sustentabilidade empresarial no contexto das alterações climáticas”. Diogo da Silveira começou por abordar o objetivo do Acordo de Paris que limita que a temperatura do planeta aumente em 2 graus para defender que “não basta reduzir as emissões de carbono para alcançar este objetivo”. “Outra solução passa por capturar o carbono em excesso, seja por via de processos de energia mais eficientes, seja pela plantação de mais árvores”, afirmou Diogo da Silveira. A Navigator conta com viveiros em Portugal e Moçambique com a capacidade de produzir anualmente 12 milhões de plantas em cada um dos países.
“É necessário plantar milhões de hectares de floresta para além do que já existe porque sem floresta plantada a aritmética mostra que o objetivo do Acordo de Paris é impossível”, salientou o presidente da The Navigator Company. Ao longo das últimas décadas, a Navigator tem estado focada na descarbonização dos processos, sendo que a sua central solar fotovoltaica evita a emissão de 1140 toneladas de CO2 anualmente e que 70% do consumo de energia da Navigator provém de base renovável. Enquanto sumidouro de carbono, a floresta da Navigator captura 5,7 milhões de toneladas de CO2eq anualmente, o que corresponde a 1,5 milhões de voltas de carro ao planeta Terra. A Navigator integra o Forest Solution Group do WBCSD, que recentemente lançou um vídeo que explica o papel dos produtos florestais na transição para a economia de baixo carbono.
José Eduardo Martins, sócio da Abreu Advogados também foi orador convidado do almoço-debate. O antigo secretário de estado do ambiente defendeu que “a sociedade e as empresas tem de estar um passo à frente dos políticos porque tem o poder de querer fazer”. José Eduardo Martins defendeu também que “uma vez que a fileira agroflorestal assenta na utilização de recursos renováveis, é obrigação de toda a cadeia de valor torná-la mais eficiente e sustentável do ponto de vista ambiental”. “Desenvolver a plantação, melhorar a produção e contribuir para aumentar os sumidouros de carbono, são formas de robustecer o setor florestal”, acrescentou José Eduardo Martins.
Além de Diogo da Silveira e José Eduardo Martins, os almoços-debate do BCSD já contaram com António Mexia e Tiago Farias que abordaram a descarbonização da economia e António Rios de Amorim e Joaquim Borges Gouveia que falaram sobre inovação na gestão do capital natural. O objetivo destes almoços passa por reunir os associados do BCSD e convidados para que, em conjunto, discutam novos caminhos para a economia e novas formas de fazer negócio.