Entrevista a Fabrice Segui, CEO BNP Paribas Portugal
Quais considera serem as prioridades da década em termos de sustentabilidade?
A sustentabilidade ambiental e social é uma prioridade transversal para todos os sectores: económicos, governos e sociedade em geral. O combate às alterações climáticas sobressai no topo das prioridades porque se está a atingir uma situação de não retorno. Unir o Mundo neste sentido irá exigir que todas as partes colaborem e encontrem soluções em cinco eixos fundamentais: energia limpa, transporte limpo, soluções de preservação da natureza, adaptação e resiliência e financiamento da preservação do clima.
O sector financeiro é reconhecido como uma alavanca essencial para acelerar a expansão das ações sustentáveis, criando ativamente coligações para mobilizar toda a indústria nesse objetivo comum.
Como parte comprometida desta ação climática, o BNP Paribas tem-se associado e participado ativamente em diversas iniciativas, como o Collective Commitment to Climate Action e o Net-Zero Banking Aliance, reforçando o seu forte compromisso e alinhamento com os objetivos do Acordo de Paris de 2015, e que se traduzem numa profunda transformação das suas atividades. Isto reflete-se, também, na mobilização de todos os nossos recursos no sentido de criar as condições para um crescimento mais responsável e no apoio aos nossos clientes na sua transição para uma economia mais sustentável.
O que está a sua empresa a fazer, ou planeia fazer, para ser mais sustentável nos próximos anos?
A maior contribuição que o BNP Paribas pode dar para um futuro mais sustentável está explícito na nossa missão: “We serve our clients and the world we live in.”
Desde a publicação dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) pela ONU que o BNP Paribas assumiu o compromisso de ativamente contribuir para o seu alcance. Até ao final de 2022, o nosso financiamento para a transição energética e sectores que contribuem diretamente para os ODS atingirá 210 mil milhões de euros.
O Grupo apoia todos os seus clientes na transição para modelos empresariais mais sustentáveis. Nomeadamente, e de acordo com a Bloomberg, fomos o segundo maior operador mundial no mercado de green bonds em 2020 e estamos a participar ativamente na expansão do mercado de Sustainable Linked Loans.
São também exemplo as ações desenvolvidas pelas filiais, como a Arval e o BNP Paribas Leasing Solutions que realizaram uma profunda transformação das suas ofertas, apoiando a transição ecológica dos seus clientes, nomeadamente através da disponibilização de veículos híbridos e elétricos.
Em Portugal, estamos muito comprometidos em contribuir para a ambição do Grupo através de um plano de atividades local com impacto positivo no combate às alterações climáticas e desenvolvimento sustentável da sociedade.
De 0 a 10, quão confiante está de que vamos atingir as metas para a década? Porquê?
Trata-se do maior e mais complexo desafio que a sociedade contemporânea tem e que determinará o futuro das gerações que nos seguirão. É uma responsabilidade coletiva, em que todos têm um papel fundamental a desempenhar. O que posso afirmar é que no BNP Paribas estamos totalmente empenhados em contribuir para o seu alcance, do ponto de vista económico, ambiental, e também social. Mas tendo a verificar sinais positivos dos demais:
- Os agentes económicos e as Empresas, cujos acionistas e investidores são cada vez mais exigentes relativamente à adoção de estratégias de negócio comprometidas com a sustentabilidade;
- Os agentes governativos dos países e instituições europeias, cujos cidadãos esperam que sejam capazes de definir e executar as políticas que assegurem uma sociedade mais inclusiva e habitável para todos;
- Os reguladores. Em particular a nível Europeu, tem sido adotada regulamentação mais exigente para as empresas reportarem o seu desempenho ambiental, social e de governação, mas também de uma forma mais transparente, usando a mesma taxonomia;
- Finalmente, a minha maior confiança, deposito nos jovens que têm sido corajosos e nos lembram permanentemente da importância da tomada de decisões em consciência, ponderando o seu impacto no futuro das novas gerações.