Entrevista a Dario Coffetti, CEO Oney Bank Portugal
Quais considera serem as prioridades da década em termos de sustentabilidade?
Na minha opinião, a grande prioridade da década 20-30 está na “concretização”, em passarmos das palavras aos atos. A COP26, agora terminada, mostra bem esta urgência em limitar o aumento da temperatura do planeta.
Na década 10-20, os trabalhos dos governos e das empresas passaram em grande medida pela sensibilização, pela análise do problema, dos respetivos impactos e por abrir a discussão a esta temática.
Concretamente nas empresas foi incluído o eixo da sustentabilidade nas próprias estratégias e nos modelos de negócio, foram criadas estruturas internas dedicadas ao tema da sustentabilidade e definiram indicadores e objetivos a 5 ou 10 anos. Por isso reforço que a etapa seguinte, agora, é obviamente “agir”, pôr na prática as ações que foram definidas e posteriormente avaliar os resultados, ajustar o que for necessário, porque todos nós estamos num processo de aprendizagem.
Naturalmente que todos – sociedade, governos e empresas – têm que contribuir, porque o resultado global vai depender da contribuição de cada ator.
O que está a sua empresa a fazer, ou planeia fazer, para ser mais sustentável nos próximos anos?
No Oney, assim como outras multinacionais, integrámos o eixo da sustentabilidade na nossa estratégia global já há vários anos, definimos uma política de governance global para agir local, construímos indicadores com objetivos quantitativos a 5 e 10 anos e identificámos ações de sensibilização, uma prática que incentivamos sempre, a de sensibilizar, e ações concretas para impactar positivamente estes indicadores.
Aproveito para partilhar algumas ações concretas relacionadas com o nosso negócio: implementámos a digitalização dos nossos processos; disponibilizámos opções de crédito e seguros para financiar o consumo sustentável e a mobilidade verde, apoiámos um programa de literacia financeira nas escolas de todo o País, para explicar como funciona a gestão de um orçamento, o que é um crédito, enfim, dar a conhecer de modo claro e transparente estas noções financeiras, presentes no dia a dia de todos nós e que nos permitem consumir de modo mais responsável.
Ao nível ambiental, estamos empenhados em respeitar o acordo de Paris e em reduzir as nossas emissões de carbono, com objetivos concretos em 5 áreas de atuação: Energia, Compras sustentáveis, Mobilidade, IT e zero resíduos. Para ajudar a concretizar, partilho alguns exemplos: Parte da frota automóvel da empresa é já composta por automóveis híbridos; trabalhamos em Portugal com um fornecedor (energético) que nos assegura a garantia de energia 100% renovável; fazemos com que os equipamentos tecnológicos (desktops e telefones fixos) entrem na economia circular, através do circuito de revenda/2ª mão; auscultámos os colaboradores e este exercício resultou na introdução de uma plataforma de carsharing, uma ação de incentivo a uma mobilidade mais ecológica.
Por outro lado, apoiámos a recente iniciativa ‘Climes To Go’, integrada na COP26 das Nações Unidas, na qual uma das equipas estava focada na produção e consumo sustentável – precisamente um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Houve aqui preocupações reais com os consumos conscientes de água, energia, alimentação…
Em conclusão: no Oney já estamos a concretizar os objetivos próprios e estratégicos na área da sustentabilidade a que nos propusemos.
De 0 a 10, quão confiante está de que vamos atingir as metas para a década? Porquê?
Estou bastante confiante de que no Oney iremos atingir as metas! E explico porquê: estamos a concretizar os nossos eixos estratégicos e neste momento não é apenas a empresa que coloca o eixo da sustentabilidade como prioritário, mas também são os colaboradores do Oney que querem a sustentabilidade como parte da estratégia corporativa. Eles são os primeiros embaixadores e promotores da sustentabilidade e, na minha perspetiva, esta é a situação mais eficaz.
Obviamente que é um processo que demorará tempo, mas volto a dizer, todos os governos, todas as empresas e todas as pessoas têm que contribuir, porque o resultado final, como quase sempre, resulta da soma de cada parcela, de cada uma destas pequenas contribuições.
Acredito que no Oney estamos a ir no caminho certo, juntos por um mundo mais justo, mais humano e mais responsável.