Desperdício Alimentar

O desperdício alimentar é, sem dúvida, um grande desafio tanto a nível social e ambiental dependente dos modelos de gestão implementados.

Na Europa, estima-se que cerca de 88 milhões de toneladas de alimentos sejam desperdiçadas, anualmente, enquanto cerca de 70 milhões de pessoas vivem abaixo dos níveis de pobreza e 16 milhões dependem de ajuda alimentar.

Em Portugal, 21,6% da população vive em risco de pobreza ou de exclusão social e cerca de 3% em insegurança alimentar moderada ou grave, enquanto pelo menos mais de 1 milhão de toneladas de alimentos são desperdiçadas, anualmente. Cada português desperdiça em média 2,38 kg de alimentos por semana, o que corresponde a cerca de 184 kg, por ano.

No que diz respeito aos impactes ambientais, sabe-se que o desperdício alimentar contribui com cerca de 1/3 das emissões de gases com efeito de estufa. Segundo a FAO, “se o Desperdício Alimentar Mundial fosse um país, seria o terceiro emissor destes gases, logo a seguir à China e aos Estados Unidos, contribuindo para o aquecimento global”

Quanto à implementação de sistemas de medição de sobras é crucial analisar criticamente a sua eficácia. Estes sistemas são inovadores na medida em que utilizam inteligência artificial para pesagem e identificação de excedentes de produção e de resíduos das refeições não consumidas. Contudo, a eficácia destes sistemas depende da precisão dos dados recolhidos e da capacidade dos colaboradores em interpretar e agir sobre esses dados. Realçando a importância da formação adequada e contínua aos colaboradores, pois a tecnologia por si só não resolverá o problema do desperdício alimentar. Deve promover-se uma cultura corporativa que valorize e recompense práticas sustentáveis.

A doação de alimentos excedentes a instituições de solidariedade é uma boa prática essencial, mas que tem de ter em conta a segurança alimentar para garantir que os alimentos doados estão em condições adequadas para consumo.

A disponibilização de take-away pode também contribuir para a minimização do desperdício alimentar e impulsionar a adoção de medidas inovadoras na criação de novas embalagens com caraterísticas recicláveis, reutilizáveis e/ou compostáveis potencializando menor impacte ambiental. No entanto, neste processo tem de se garantir que as embalagens mantêm a integridade e a higiene dos alimentos.

Em suma, a Trivalor destaca várias práticas e estratégias que não só minimizam o impacto ambiental, mas também promovem uma cultura de responsabilidade e inovação. A falta de compromisso e de conhecimento por parte dos colaboradores pode resultar em práticas inadequadas, subvertendo os esforços da empresa para alcançar uma gestão ambientalmente responsável. Criar uma cultura corporativa que valorize e recompense as práticas sustentáveis é essencial para construir um futuro mais sustentável e resiliente.

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